terça-feira, 17 de junho de 2008

A tão difícil "autoridade"...

Um dos principais problemas em lecionar Filosofia é também um dos principais problemas em lecionar. Falo do tema "autoridade", termo de que, confesso, não gosto. A mim repulsa a idéia de que preciso subir no tablado, exigir silêncio, usar a questão das notas bimestrais como razão para que estejam atentos. Gosto de tratar meus alunos como meus pares. E quero que estejam atentos pelo tema trabalhado em si, que além disso não apenas mantenham a atenção no que digo, mas que digam. Talvez eu pareça idealista, talvez eu seja. Se minha didática funciona? Não sei responder.
É fato, porém, que nem todos se adaptam à minha postura. Nesse "nem todos" devo incluir certas partes da instituição escolar e certo número de alunos. Muitas instituições exigem a tradicional postura de mestre. Muitos alunos ainda estão imaturos para compreender que o conhecimento é uma construção e que, para isso, todos devem estar comprometidos.
Penso na possibilidade de que essa questão seja mais problemática para a Filosofia, visto que ela foi recentemente incorporada ao currículo escolar e, por isso, os alunos tendem a encará-la de forma diferente em relação às demais. Será isso? Boa pergunta, não? Não é verdade que a Filosofia geralmente é vista como desnecessária, gratuita e dispensável?
O posicionamento do professor em sala de aula é algo um tanto quanto complicado. Estou ainda construindo a minha didática e a idéia do tipo de professora que desejo ser, o que pretendo representar para os meus alunos. Apenas estou certa de que quero instigá-los, provocá-los, incomodá-los. Fazer com que suas macias poltronas da apatia se tornem extremamente desconfortáveis. Quero que pensem por si sós. Trabalho árduo, desafiante. Assim é educar. Se vale a pena? Acredito e gosto de acreditar que sim.

Um comentário:

valeria disse...

Juliana,

Ao escolher a profissão de Educadora e principalmente de Filosofia, entrou em um círculo virtuoso de inovar, criar,incentivar, ensinar, a pensar, questionar e etc...
Não se esqueça, de que é necessário provocar nos alunos o interesse pelo assunto, lançar um desafio para eles, incentivar a motivação do aprender, conhecer, tirá-los de suas zonas de conforto, utilizar de técnicas verbais, visuais, auditivas, e todas que a nossa criatividade puder lançar mão como plano de aula.
Lembre-se de que só acontece o aprendizado, quando ocorre mudança interior, amadurecimento e crescimento do indivíduo.
Não é facíl despertar o interesse nas crianças, nos jovens e até nos adultos, pois a facilidade do encontrar pronto é grande, mas não podemos desistir, afinal escolhemos ser educadores, construtores de alicerces, sendo assim, não devemos usar areia de praia em nossas construções e sim cimento de ótima qualidade, para que tenhamos sempre em nossas consciências a certeza de dever cumprido.
Acredito que a integração da escola e dos professores com os pais, seja uma arma fundamental contra o desânimo do aprendizado e a falta de interesse dos alunos.
Semear a importância do conhecer nas famílias, é fundamental para que a colheita do crescimento educacional, em nosso país, seja farta.
Continue lançando centelhas de incentivo ao aprendizado, que a explosão de crescimento educacioanal será inevitável.
Valeria Moura.