terça-feira, 15 de julho de 2008

Sobre provas

6 comentários:

Unknown disse...

Em minhas provas, tenho o cuidado de não exigir a reprodução do pensamento do filósofo, procuro que analisem criticamente algum ponto relativo a questões já trabalhadas.

Mas você ensina os alunos a opinarem criticamente? Como você avalia as opiniões críticas dos alunos? Há critérios para fazê-lo? Ou qualquer crítica vale? O que é crítica, afinal?

Gisele Secco disse...

http://w3.ufsm.br/coperves/peies/

Aqui está, no link "currículo básico" o programa da Universidade Federal de Santa Maria, que inclui já há dois anos a filosofia em seus processos seletivos.

Posso mandar as provas para quem quiser, por email.

Unknown disse...

Aqui neste link tem um texto falando sobre atividade crítica da filosofia:

http://www.didacticaeditora.pt/arte_de_pensar/cap1.html

É retirado de um livro didático português chamado a arte de pensar.

Anônimo disse...

Daniel Lost,
Acredito que se houvesse a possibilidade de ensinar a opinar criticamente, isso não seria necessário, pois a capacidade de opinar e criticar estão presentes no homem, só precisam ser despertadas. A Filosofia é capaz de realizar esse despertar.
Avalio as críticas dos meus alunos a partir dos seguintes critérios: compreensão do(s) tema(s) debatido nas aulas e coerência da argumentação.
Por último, entendo criticar como avaliar de maneira profunda, julgar, interpretar algo pelo máximo possível de nuances.
Obrigada pelas sugestões. Visitei o link que você me enviou e gostei muito.

Gisele,
Obrigada pelo link. O programa da UFSM é bastante abrangente. Gostaria de ver as provas, você pode enviar pro meu e-mail (juligama_04@yahoo.com.br)?
Obrigada pelas sugestões e pelos links (daqui e do orkut).

Anônimo disse...

Juliana,

Opinar e criticar as pessoas aprendem a fazer desde de sempre, mas opinar filosoficamente sobre assuntos filosóficos? Acredito que não.

E como você avalia o que chama de coerência da argumentação e também o que chama de analisar um problema sobre múltiplos pontos de vista? Você poderia dar um exemplo concreto disso? Alguma pergunta sua e alguma resposta de aluno que você considerou excelente segundo seus critérios?

Daniel

Anônimo disse...

Olá Daniel,
Aqui estão algumas respostas de alunos, que considerei muito boas:

1)De que maneira você conceituaria a Ética? É possível formularmos um conceito objetivo em relação a esta?(questão proposta em aula introdutória sobre o tema, após discussão a respeito da subjetividade de tal conceito).

"No que compete à vida social, poderíamos chegar à conclusão de que a ética é apenasa um conjunto de preceitos e normas para o bem de um todo. Ou então podemos pensar além desta conclusão óbvia e primeiramente pensar em algumas questões:
1- Cada ser humano possui "verdades e certezas" que o difere dos outros seres.
2- A criação, o local de vivência e o ambiente tende a ser o principal agente influenciador dos conceitos éticos e morais deste ser.
3- O caráter mutável da maioria das pessoas, em que a verdade de hoje pode ser alvo de críticas por quem acredita nelas antes.
Partindo desses preceitos, considero responder estas perguntas em sua exatidão uma tarefa complicada, visto que cada resposta seria analisada de acordo com as verdades de quem as analisa, e não com a essência e impessoalidade que elas sugerem." (Guilherme Fernandes, 1o. ano do ensino médio técnico - disciplina "Ética").

2) Confronte as idéias de Sócrates e Platão às de Nietzsche, no que se refere à noção de verdade.

"Para Platão o valor é absoluto, o bem, a verdade, a perfeição que descrevia muito bem em sua concepção de valor através da alegoria da linha, que dividia o mundo das idéias do mundo das coisas. Já Nietzsche não acredita na existência de outros mundos, vendo isso como uma fuga do homem de sua realidade e demonstra esse pensamento através do perspectivismo, que julgava todo conhecimento como uma perspectiva, por isso nenhum conhecimento pode ser considerado inválido.
Sócrates, que foi mestre de Platão, acredita que o homem é composto de 2 princípios: o corpo (corruptível) e a alma (incorruptível). Através de perguntas, faz com que se conheça o homem, e trariam a verdade. Platão demonstra essa idéia firmemente com a Teoria da Reminiscência, que dizia que a alma era a verdade e que o corpo fazia com que o homem esquecesse a verdade que está em sua alma.
Para Nietzsche, o pensamento platônico-socrático é ilusório, visto que os valores são constituídos pelo sujeito em relação ao objeto, ou seja, os valores são subjetivos, cada um tem o seu, e para Nietzsche a verdade não existe." (Giselle Campos, aluna do 3o. ano do Ensino Médio em 2007).

E então, o que acha?